terça-feira, setembro 05, 2006

NA TEMPESTADE



















Antes da tempestade tudo andava estranhamente calmo, um silêncio incômodo permeava o ar salgado,e as nuvens não eram nada além de uma promessa de dor para os que se encontravam na embarcação. O capitão fitou o céu à procura de um farol, um porto seguro onde poderia tratar de sua tripulação, e fazer os reparos necessários em seu já avariado navio. Não era inexperiente, já havia levado seus marinheiros para a fronteira dos mares ocidentais e voltado sem um arranhão. Seus marinheiros o seguiriam até o inferno sem pestanejar, essa era sua segurança, e também o seu maior temor, pois nunca havia visto uma tempestade como aquela...restava a ele tentar.Lembrou-se então de um lugar seguro, um lugar distante, com praias brancas e mar cristalino, onde havia passado os melhores dias de sua vida, onde o sol não era tão inclemente, e as tempestades não eram nada além de uma distração para os que se encontravam no abrigo de um lar, se pudessem chegar àquele lugar estariam salvos. O capitão então temeu por sua vida,atirou seu corpo sobre o leme e fitou novamente os céus, derramou uma lágrima solitária, e rezou ao deus dos mares pela alma de sua tripulação, pois sabia que aquele lugar, o santuário de sua infância, não passava de um conto de fadas em que ele um dia ousou acreditar...