terça-feira, agosto 29, 2006
















VANDALISMO

Meu coração tem catedrais imensas,
Templos de priscas e longínquas datas,
Onde um nume de amor, em serenatas,
Canta a aleluia virginal das crenças.

Na ogiva fúlgida e nas colunatas
Vertem lustrais irradiações intensas
Cintilações de lâmpadas suspensas
E as ametistas e os florões e as pratas.

Como os velhos Templários medievais
Entrei um dia nessas catedrais
E nesses templos claros e risonhos ...

E erguendo os gládios e brandindo as hastas,
No desespero dos iconoclastas
Quebrei a imagem dos meus próprios sonhos!


Augusto dos Anjos
Mais um poema "irado",como diria a patroa, esse poema caiu na minha prova da UNIRIO, da primeira fase, sorte do caralho, foram os três pontos mais fáceis da prova, três questões sobre Augusto dos Anjos.
Esse é um poema menos sombrio e eu me identifico pra caralho com tudo o que ele escreve. Às vezes precisamos desconstruir a idéia que temos do amor,da vida, ou da pessoa amada, para podermos ser realmente felizes. O tempo de idealizações já passou, e eu acabei descobrindo que a realidade é o que há de melhor. O amor não é algo estático e surreal, congelado em um pedestal de prata. Ele é real, e como tudo o mais na vida, ele precisa de cuidado, e atenção, ou ele se quebra.
Às vezes eu sinto um pouco de saudade da minha inocência, mas eu não conseguiria sobreviver nesse mundo com as noções que eu tinha antigamente, acho que é preciso dar pelo menos um mergulho na decadência para ver as coisas como realmente são."Ignorância é benção" e eu concordo, mas ainda penso que talvez o melhor seja ir sobrevivendo à verdade e aprender a apreciá-la.

2 Comments:

Blogger Tykhe said...

Curiosidade barroca: por que a moça é a luz e o rapaz é a sombra?
:P

12:06 AM  
Blogger Tykhe said...

By the way, que preciso eu fazer para que você desista da alcunha "patroa", meu pedreiro?!

12:09 AM  

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