Lembro que quando era menor queria ser veterinário, arqueólogo, mas acabei como médico. Lembro de um dia bebendo na madrugada como era de praxe, no posto, com o resto dos headbangers, quando uma mulher foi jogada de um carro em movimento e bateu com a cabeça. Fomos correndo, ficamos com ela até os bombeiros chegarem, enquanto ela chocava, e nós não sabíamos o que fazer, foi muito ruim. Lembro da reação da minha mãe ao ver minha jaqueta coberta de sangue, me enxergando como um marginal, ela não sabia que eu havia usado a jaqueta para cobrir a mulher, que sentia muito frio. A história bonitinha é que eu queria ser médico para ajudar as pessoas, a história pessoal é que eu queria ser médico pra nunca mais ter que me sentir daquele jeito, impotente novamente. Acabei como pediatra, nunca suportei adultos que se recusavam a se tratar, mas procuravam atendimento mesmo assim, as crianças não tem opção, então creio que foi uma opção derivada da minha veia autoritária ( também adoro crianças mas deixa pra lá). Existe verdadeiro poder no conhecimento, e ele é capaz de te transformar, eles podem te tirar a sua casa, sua família, seu emprego, podem roubar a sua dignidade todos os dias, mas ninguém pode roubar o seu conhecimento de você...só o Alzheimer.
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