segunda-feira, abril 18, 2011
Não há riso, somente palavras,choro e indignação
Não há consolo, somente a sedação
Não há chão,somente eu e esta cama
Não há nada que não seja ilusão
Eu nunca sentirei aquela chama
Nunca cederei a tentação
E ainda que eu conheça alguém que me ama
Eu nunca conhecerei uma paixão
Médicos e enfermeiras podem drenar meu sangue
Mas nunca poderão tocar o que é meu no fim
E mesmo que no fundo eu me zangue
Deixarei os cirurgiões extirparem meu rim
Deixarei que abram minha cabeça
Que cortem meu crânio como papel
Mas nunca deixarei que me conheçam
Sou demônios, sou a Deusa, sou babel
E no fim quando nada de mim sobrar
Ainda estarei aqui, a aguentar
E quando pensarem que eu me fui,
Que não suportava mais lutar
Saiba que é mentira
Não me cansei de esperar
Para os que me conheceram fui esperança,
Fui a dor, fui o pesar
E eu ainda estarei aqui
Quando nada mais restar
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